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Tomar atitudes para que o hospital se torne um ambiente mais agradável aos pacientes é algo que desafia os administradores hospitalares. Muitos administradores têm dificuldade em adotar uma forma de tratamento que se aproxime ao de um hotel. Por muitas vezes há exageros ou omissões que pacientes mais criteriosos não perdoam.

Um dos principais equívocos, segundo especialistas, é acreditar que somente o atendimento mais atencioso dos funcionários no tratamento direto com o paciente é suficiente, o que não é totalmente verdadeiro. O hospital, de forma geral, deve adotar um perfil administrativo no qual o paciente perceba a atenção constante da instituição em relação a ele.

A humanização é uma tendência cada dia mais valorizada em ambientes hospitalares. E a satisfação desse tipo de tratamento é bilateral. Os pacientes contentes costumam aceitar melhor o tratamento, o que acelera seu tempo de recuperação. Dessa forma, os custos são reduzidos, agiliza a liberação de leitos e cria uma imagem positiva junto aos clientes.

Mas, para conquistar esse nível em atendimento hospitalar é preciso mudança de perfil administrativo na empresa. Segundo a pedagoga e consultora Maria Auxiliadora Camargo de Abreu Marques, é muito importante que o administrador hospitalar tenha conhecimento de marketing e relações humanas. Segundo ela, nos Estados Unidos, de cada dez médicos cinco já fizeram curso de marketing ou administração. "Não quero dizer que os profissionais devam seguir esse exemplo ao pé da letra, mas sim estar atentos às mudanças que vem ocorrendo muito rapidamente na área hospitalar", afirma a pedagoga.

Segundo a especialista, é fundamental que a instituição saiba como explorar o potencial dos seus funcionários constantemente. Palestras, seminários e dinâmicas de grupo são considerados um meio de assimilação eficaz para a criação de uma mentalidade voltada à satisfação do paciente.

Para ela, não há regras definidas para tornar o atendimento de um hospital mais próximo ao de um hotel. Cada hospital deve explorar suas peculiaridades. Como, em geral, os recursos são escassos na área da saúde, Maria Auxiliadora sugere que criatividade deve ser o ponto inicial de qualquer mudança de atitude dentro de ambientes hospitalares. Pequenas ações diárias são fundamentais. "Os doutores da alegria, por exemplo, com simples narizes de palhaço e bolinhas de sabão produzem um efeito fantástico na ala infantil", explica.